É muito comum ver alguns pais sacudirem seus filhos como forma de acalmá-los em um momento de choro ou até durante uma brincadeira. Mesmo que isso não pareça importante, pode trazer consequências neurológicas para o desenvolvimento da criança.
Um vídeo de uma mãe fazendo ginástica com o filho em seus braços e sacudindo-o bastante foi postado nas redes sociais. O vídeo gerou polêmica por causa da Síndrome do Bebê Sacudido, ou Lesão Cerebral por Abuso, que é uma problema pouco conhecido pelos pais de primeira viagem.
“O pico de incidência desse problema ocorre entre a 6ª semana e o 4º mês de vida, época que os bebês costumam chorar muito, por causa das cólicas”, explica Felipe Monti Lora, endócrino pediatra, do Hospital infantil Sabará e chefe do PS, e pai de Marcelo e Gabriel.
Não há nada o que fazer depois que a criança for sacudida. Se o impacto for muito forte, pode provocar excesso de irritabilidade, a criança pode ficar mais quieta, ter tremores pelo corpo, perda parcial de visão e convulsões. Se os pais perceberem que os filhos estão com algum desses sintomas, devem levá-los ao médico para obter um diagnóstico e receber o tratamento.
Em casos mais graves e se não houver cuidado médico, o quadro clínico pode piorar, causando até a morte da criança. “30% das crianças sacudidas morrem ou ficam com traumas permanentes, como paralisia motora, perda total da visão e dificuldade de aprendizagem”, alerta o médico.
“Os pais devem ser aconselhados durante a visita com o pediatra para que esse tipo de situação não aconteça de jeito nenhum. Os especialistas devem explicar que bebês costumam chorar (e muito!), e que se ele estiver alimentado, limpo e confortável pode deixar abrir o berreiro. O que não pode é sacudir”, finaliza Lora.
Fonte: Pais e Filhos